A entrada da cidade de São Paulo na fase verde do Plano São Paulo, de retomada da economia, na última semana, permite aos estabelecimentos comerciais atenderem até 60% de sua capacidade por 12 horas diárias.
Mesmo com a progressão, medidas protetivas como a obrigatoriedade do uso de máscara, uso do álcool gel e o distanciamento social seguem pautando o comércio.
Seguindo movimentos similares aos que vem ocorrendo na Europa, Nova York e Buenos Aires, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) lançou no último dia 14, em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil (Iab-sp), o projeto Ruas Vivas.
O intuito é realizar intervenções temporárias que passem pelo período do Natal em três ruas diferentes da capital. O processo será sistematizado em uma cartilha em parceria com a Prefeitura de São Paulo e patrocinado pela empresa 99.
De acordo com Antonio Carlos Pela, vice-presidente da ACSP e coordenador do Conselho de Política Urbana da ACSP, pretende-se criar um manual estabelecendo um protocolo para ampliar o retorno das atividades econômicas com segurança.
“Vamos facilitar que outras ativações do espaço público possam acontecer em demais pontos da cidade beneficiando o comércio e melhorando a mobilidade ativa por meio da ocupação de espaços públicos”, diz.
As ruas selecionadas (nas regiões de Pinheiros, Vila Maria e Penha da França) integram os polos comerciais com maior concentração de diversidade varejista, segundo o mapeamento de polos varejistas realizado pela ACSP em parceria com a Universidade Mackenzie, em 2019.
De acordo com Fernando Tulio, vice-presidente de relações institucionais do Iab-sp, o projeto será baseado em ativações do espaço pautadas por baixo custo, rápida intervenção e flexibilidade, como pinturas, materiais leves, mobiliários e elementos portáteis.
O processo de construção contará com três oficinas participativas on-line, de modo a identificar e analisar as demandas locais. A primeira intervenção temporária na Praça Santo Eduardo, na Vila Maria, está prevista para durar até o final do ano.
“É importante ir além da pandemia. Compreender a questão dos nossos espaços e equipamentos públicos, habitação e compartilhar experiências e soluções e potencializá-las. A situação dos pedestres, ciclistas e comerciantes é urgente”, diz.
Larissa Campagner, coordenadora técnica do CPU da ACSP, destaca que para intervir no espaço público é preciso ouvir os principais impactados. Nesse sentido, a arquiteta recorda que a ACSP, por meio de suas distritais, tem a oportunidade de ouvir uma das pontas de usuários dessas centralidades – os comerciantes – para compreender a melhor maneira de realizar tais intervenções.
Para dar sequência ao projeto, o no último dia 15, o Iab-sp tornou público o chamamento para a seleção do escritório de arquitetura e urbanismo que será responsável por desenvolver o projeto na zona norte de São Paulo.
As inscrições ficam abertas até o dia 24 de outubro. Poderão participar da seleção equipes, coletivos, escritórios de arquitetura e urbanismo ou profissionais autônomos devidamente inscritos com CNPJ.
Alinhado a outras iniciativas, como o ruas para mobilidade ativa da Prefeitura de São Paulo e Áreas Calmas, o projeto Ruas Vivas foi lançado com a participação de Renato Melhem, da equipe de planejamento e projetos da CET, Carolina Truzzo e Luciana Pacheco, arquitetas de planejamento e mobilidade de Buenos Aires, Fernando Chucre, da secretaria municipal de desenvolvimento urbano, Elisabete França, da secretaria municipal de mobilidade e transporte e Dado Brettas, arquiteto e urbanista da SP Urbanismo.