As micro e pequenas empresas (MPEs) foram as que mais demitiram no pior momento da pandemia do coronavírus no Brasil. Entre os meses de março e junho, elas fecharam pouco mais de 1 milhão de postos de trabalho, contra aproximadamente 605 mil das médias e grandes (MGEs).
Por outro lado, os pequenos negócios foram os que reagiram mais rapidamente à crise, recuperando cerca de 443 mil empregos de julho a setembro, enquanto as MGEs criaram quase a metade dessas vagas (245 mil) no período.
A análise feita pelo Sebrae, a partir de dados do Ministério da Economia, mostra que, no mês de julho, o saldo das micro e pequenas empresas foi 2,4 vezes maior que o das maiores. Já nos meses de agosto e setembro, os saldos das MPE foram 76% e 66% maiores que as médias e grandes, respectivamente.
Considerando o acumulado do ano (incluindo os meses anteriores à pandemia), os dados mostram que, entre demissões e contratações, as pequenas empresas tiveram um saldo melhor, com cerca de 40 mil demissões a menos que as MGE. No conjunto da economia, entre janeiro e setembro, o saldo foi negativo em 559 mil vagas.
Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, os números confirmam um comportamento histórico já observado a respeito dos pequenos negócios: a enorme capacidade de recuperação desse perfil de empreendedor.
“As micro e pequenas empresas são o motor da economia. Para sairmos mais rapidamente da crise, será fundamental continuar apoiando esses empresários. Isso passa por uma série de medidas, desde o apoio para que essas empresas digitalizem suas vendas até a ampliação da oferta de crédito - vital para manter essas empresas operando”, destaca.
OS NÚMEROS DO EMPREGO
- Nos meses de março a junho, as micro e pequenas empresas demitiram cerca de 1 milhão de trabalhadores. No mesmo período, as médias e grandes encerraram 605 mil postos de trabalho.
- Entre julho e setembro, os pequenos negócios admitiram 445 mil pessoas, enquanto as médias e grandes abriram 245 mil vagas.
-No acumulado entre janeiro e setembro, as micro e pequenas demitiram 294 mil pessoas, contra 333 mil demitidos nas médias e grandes.