12 Ago 2020 - hHRS

Distrital Centro da ACSP atua pela sobrevivência de negócios locais


Fundada há 40 anos com o propósito de representar os interesses comerciais dos negócios que a circundam, a missão da Distrital Centro, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), nunca foi tão atual como nos últimos meses.

O associativismo tem sido um aliado dos comerciantes na renegociação de contratos de aluguel e no diálogo com a Prefeitura. “Nos tornamos porta-voz de uma categoria que se viu calada e sem recursos num momento atípico e inesperado”, diz Alexandre Ortiz, diretor-superintendente da Distrital Centro.

A imposição de quarentena fez das ruas mais movimentadas da cidade, na região central, um verdadeiro deserto. Lojas especializadas, restaurantes e toda a pujança típica de endereços que são marcados por movimentar multidões permaneceram fechados por quase quatro meses e, na maioria dos casos, sem nenhum tipo de renda.

Desde então, Ortiz passou a ouvir repetidamente relatos de donos de negócios com faturamento médio diário acima de R$ 6 mil, que não sabiam como manter o pagamento dos funcionários em dia, assegurar fornecedores e sustentar alugueis, que na região da Liberdade, por exemplo, variam de R$ 20 a R$ 30 mil.

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Há 40 anos atuando na região, a Distrital se tornou ponto de apoio e informação para aqueles que têm sentido os efeitos da crise. Logo de início, mediou uma série de renegociações de contratos de aluguel.

“Temos boa relação com muitos proprietários de imóveis e nossa história nos dá credibilidade para avançar nesse diálogo importante para a sobrevivência de muitos negócios”.

De acordo com o superintendente da Distrital Centro, a maioria dos valores revisados tiveram reduções entre 30% e 50%.

Além disso, semanalmente, Ortiz conduz uma reunião virtual com um grupo de 40 empresários locais. Discutem novas possibilidades de fortalecimento, demandas que podem ser levadas ao poder público, como, por exemplo, reforçar a segurança.

Com a paralisação temporária das atividades comerciais, o número de moradores de rua na região aumentou, assim como o número de assaltos à luz do dia – uma das reclamações mais recorrentes que Ortiz tem recebido dos comerciantes.

Em contato direto com a Prefeitura, a Distrital tenta encontrar soluções para amparar a população de rua sem prejudicar quem vende, trabalha e consome, especialmente, próximo às Praças da Sé e República, onde foram montadas estruturas da Ação Vidas no Centro, que oferecem banho quente e higienização.

Ortiz destaca que esse tipo de atuação faz parte do DNA das distritais da entidade. Fundada em 29 de outubro de 1980 e tendo como primeiro diretor superintendente o empresário Gabriel Ricard Chuery, a Distrital Centro surgiu a partir da necessidade de se formar um conselho que representasse os empresários da área central da capital.

Na história da Distrital Centro destacam-se projetos como o Viva Liberdade, que reurbanizou a Praça da Liberdade com a finalidade de valorizar o comércio do entorno, seguindo diretrizes arquitetônicas e urbanísticas estabelecidas pela comunidade e Prefeitura. Na ocasião, as calçadas foram reformadas com novo design, os ambulantes foram remanejados e o ambiente se tornou mais limpo e agradável.

Outro destaque foi o Pop Centro, um projeto que levou ambulantes das ruas para centros de compras, promovendo a liberação de calçadas para os paulistanos. Os chamados pop centros eram instalados em prédios de 2 ou 3 andares reformados e adaptados com praça de alimentação, banheiros e segurança.

A Distrital Centro também participou ativamente da mobilização, realizada em 1998, para divulgação e adesões ao Simples Nacional, idealizado por Guilherme Afif Domingos.

REFORMULAÇÃO

Para reforçar seu posicionamento como ponto de informação e serviços ao alcance do empreendedor, em 2019 a ACSP decidiu pôr em prática o processo de transformação e modernização das distritais para adaptar o atendimento às mudanças do mercado.

A reinauguração da sede da Distrital Centro, que compreende importantes bairros comerciais, como, Bela Vista, Bom Retiro, Brás, Barra Funda, Higienópolis, Luz e Vergueiro, ampliou o espaço para eventos, palestras e seminários.

Além da mudança de leiaute arquitetônico, mais atualizado e adaptado para sediar palestras, seminários e encontros de negócios, o novo projeto tem novidades. Entre eles, os postos da cooperativa Sicredi, para oferecer crédito em condições especiais aos associados que precisam dar um empurrão nos negócios. 

Com o Balcão do Empreendedor e o posto avançado da Jucesp, empreendedores locais passaram a resolver num só lugar questões do dia a dia, como abertura e fechamento de empresas, emissão de certificado digital e de origem, além de mediação e arbitragem de conflitos, sem necessidade de grandes deslocamentos.  

"Quanto mais próximas as distritais estiverem dos empresários do entorno, maior o fortalecimento do comércio de bairro junto a seu público-alvo", diz Roberto Mateus Ordine, 1º vice-presidente da entidade.

 

FOTO: Cris Faga/Estadão Conteúdo 

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