Os conceitos de gestão de inovação estabelecem que as empresas precisam alocar parte de suas receitas em pesquisa e desenvolvimento, a fim de realizar descobertas científicas e desenvolvê-las de acordo com demandas de mercado.
Por fim, o produto inovador precisa chegar ao consumidor de maneira atratitiva.
Nesta corrida, ganha a empresa que materializar as melhores ideias em produtos e serviços e entregá-los rapidamente ao mercado.
Por trás desse processo, existem pessoas – funcionários que reúnem competências e habilidades para gerar inovação. Acontece que nem sempre as empresas detêm as melhores e mais diversificadas mentes em seu quadro de empregados.
É neste momento que as organizações podem recorrer ao crowdsourcing, junção das palavras crowd (multidão) e source (fonte), conceito que significa o uso da inteligência coletiva para resolver problemas.
O termo foi popularizado em 2006, quando o jornalista americano Jeff Howe, editor da revista Wired, escreveu o artigo The Rise of Crowdsourcing (A ascensão do Crowdsourcing).
No texto, o autor aborda diferentes casos de empresas, como Amazon, Boeing e Procter & Gamble, em que a mobilização coletiva ajudou a resolver problemas internos de maneira ágil e barata.
O pressuposto do crowdsourcing é que a empresa ofereça ferramentas, geralmente virtuais, para que pessoas ofereçam boas ideias que possam ser usadas para desenvolver ou aprimorar processos, produtos e serviços que as empresas não teriam condições de criar por conta própria – ou que despenderiam muito recurso e tempo
APLICAÇÕES NOS NEGÓCIOS
O crowdsourcing está alinhado com práticas de Inovação Aberta, pela qual as empresas devem estabelecer cooperações com universidades, institutos de pesquisa, fornecedores, outras empresas e seus próprios clientes para gerar inovação.
Em 2014, a alemã Basf lançou uma plataforma on-line batizada de Creator Space. O programa reúne clientes, fornecedores, cientistas e funcionários da empresa para debater soluções em três áreas: qualidade de vida nas metrópoles, energia limpa e renovável e alimentação.
Outro caso é o da americana Betabrand, loja on-line de roupas e acessórios;que mantém uma política de crowdsourcing como modelo de negócio.
Qualquer pessoa pode se cadastrar no site da Betabrand e enviar sugestões de produtos, com croquis e fichas técnicas. Posteriormente, os designers da Betabrand avaliam as sugestões considerando criatividade, acabamento e matéria-prima das peças.
As ideias selecionadas são expostas no site da empresa para os clientes avaliarem. Somente as que recebem avaliação positiva são produzidas de fato e entram no catálogo de produtos da Betabrand. O dono da ideia recebe o equivalente 10% do total das vendas.
OUTROS CASOS DE CROWDSOURCING
Um dos casos mais conhecidos de mobilização coletiva em prol do conhecimento é a enciclopédia on-line Wikipédia. Internautas do mundo inteiro podem colaborar livremente escrevendo ou editando artigos dentro do site. Hoje, o Wikipédia reúne mais de 14 milhões de artigos.
Em 2014, a americana DigitalGlobe, especializada em imagens por satélite, criou uma campanha no portal de crowdsourcing Tomnod para que internautas pudessem vasculhar, voluntariamente, uma área de mais de 3.000 quilômetros quadrados em busca dos destroços do avião desaparecido da Malaysa Airlines, que sumiu do mapa próximo ao golfo da Tailândia.
Nos primeiros dias, os participantes sinalizaram cerca de 400 mil marcações nos mapas. Posteriormente, as imagens foram analisadas por autoridades.